18/09/15

Quem somos em "descobridores"

Quem somos
Filipa Mesquita (1976)
Filipa Mesquita nasceu no Porto em 1976 e é atriz, marionetista, encenadora, produtora e investigadora.
Fez o Curso de Interpretação na Academia Contemporânea do Espetáculo, o Curso de Marionetista pelo Programa de Conservação do Património Cultural e frequentou o curso de Arquitetura pela Faculdade Lusíada e o curso de História da Arte na Faculdade de Letras do Porto.
Tem formação em Serviços Educativos pela entidade Sete Pés e integra a direcção da UNIMA –União Internacional da Marioneta.
Em 1999 fundou o grupo de teatro Corifeu e, em 2002, fundou a Companhia Teatro e Marionetas de Mandrágora, onde trabalha também como diretora artística.
Na área do ensino, é coordenadora da área de Estudos da Marioneta na Escola da Marioneta desde 2012.

Vânia Kosta
Vânia Kosta nasceu em Braga em janeiro de 1980, tendo crescido com máquinas de costura em sua casa. Assim, com os materiais de costura e pintura disponíveis em casa e incentivada a explorar o universo à sua volta, naturalmente foi brincando com estes materiais e recursos da mesma forma como brincava com as bonecas.
Desde muito nova, Vânia Kosta gostava de oferecer às pessoas mais próximas algumas das personagens que fazia com pedacinhos de pano ou com pedacinhos de papel que ia encontrando.
E para se concentrar nesses momentos de criação, escondia-se dos crescidos e, quando dava por terminada a tarefa, corria até eles com um enorme sorriso e o olhar cintilante.

Depois de crescida, continuou a criar e a encantar-se com o sorriso das pessoas que recebiam as suas personagens. Hoje, é num recanto da sua casa-atelier que guarda os instrumentos a que recorre frequentemente para criar com entusiasmo diversas silhuetas de pano. Cosidas à mão ou com a companhia da máquina de costura, a Oliva, de quem nunca se separa. O simples gesto de criar tornou-se na forma de linguagem que encontrou para partilhar um universo salpicado de encanto. Deste universo, todas as personagens abraçam memórias e histórias que de uma forma encantadora nos falam através do seu olhar terno e sonhador.

Ficha Artística e Técnica de Descobridores

FICHA ARTÍSTICA
Criação e Interpretação Filipa Mesquita
Criação Plástica Vânia Kosta
Música de cena Fernando Mota e Rui Rebelo
Estrutura Cenográfica Hugo Ribeiro 

Iluminação de Cena: Hélio Pereira
Apoio à produção Clara Ribeiro 
Apoio à construção enVide neFelibata, Joana Domingos
Adereço José Machado

Coordenação da exposição Vânia Kosta 



CARACTERÍSTICAS DO ESPETÁCULO
Duração Espetáculo aprox. 40 min.
Lotação Máxima 55 lugares (20 bebés + 35 acompanhantes)
Público Alvo bebés (0 aos 2 anos) e crianças (2 aos 5 anos)
Faixa Etária dos 0 aos 5 anos
Género Artístico Teatro de Marionetas
Observações
As sessões devem ser organizadas de acordo com a faixa etária dos participantes:
Bebés (0 aos 2 anos) e crianças (2 aos 5 anos). No caso de irmãos com idades diferentes devem ser colocados na
sessão correspondente ao mais velho.
Depois do espetáculo os pais são convidados a visitarem uma exposição com os seus filhos seguindo o ritmo de cada um.





Razões para fazer "descobridores"

SOBRE O ESPETÁCULO 
“Descobridores” é uma viagem de sensações numa nova terra cheia esperanças, sons, imagens onde todos os dias são uma constante descoberta. O nascimento de um filho 
e os primeiros meses e anos de vida são uma constante descoberta, um encontro com seres, 
hábitos, cheiros, sons, sempre novos. Vamos ao encontro das maternidades das mães símbolo,
Portugal, Brasil, Africa, India, Timor e China, dos seus modos de embalar, de acariciar, de estar com os seus bebés, vamos ao encontro dos seus bebés das suas raízes e tradições, cores, cheiros, brilhos, sons, vamos ao encontro do ser mãe, trazendo elementos destas regiões. 
Em 2004 criámos o primeiro espetáculo para crianças de tenra idade, uma experiência que se foi desenvolvendo e amadurecendo no contacto direto com o público e que está junto das crianças desde essa altura. 

Agora voltamos a olhar para a criação para bebés. Quando começa a sensibilidade artística? Na minha opinião, desde o nascimento…E é aqui que começa uma grande viagem, olhando o mar, olhando a água. Imaginamos que, ao nascer, todos os dias, todos os momentos, são momentos de descoberta, onde cada sensação vai deixando uma leve 
impressão, uma leve marca na nossa forma de ser. 

 A CRIAÇÃO ARTÍSTICA PARA BEBÉS
Mais do que o aplauso, mais do que a crítica, eles olham, escutam, absorvem, interagem, intervêm, espantam-se, zangam-se, riem e às vezes choram. São emoções na flor da sua pele onde nada é o que parece ser e tudo é o que parece!
Nunca ninguém disse que seria fácil, e nunca pensei que o fosse!
Porquê descobridores, porque sim!
Porque acredito na formação de públicos, porque acredito nas capacidades e competências dos espectadores.
Porque fui mãe, porque sou mãe, porque não vivo sem criar. Porque o que me rodeia me inspira.
Porque me fascina criar para o jovem público. Porque me delicia a sua reacção, o seu olhar a sua espontaneidade.
Porque a minha técnica de trabalho por vezes está tão próxima do brincar, no símbolo, no objecto no lidar com a realidade.
Por tudo isto e muito mais, faz muito sentido ir à descoberta!

 O UNIVERSO PLÁSTICO
Interessava-me trabalhar o tecido neste projecto, porque o tecido é confortável, moldável, maleável, manipulável, porque me lembra as bonecas de pano e os fantoches, porque é uma matéria diversa e múltipla nas texturas, cores possibilidades e potencialidades.
Conheci à alguns anos a artesã|artista plástica Vânia Kosta e senti que havia no seu universo criativo todas as características que me conduziam a esta exploração.
Porque o seu olhar é sensível, as suas mãos delicadas, o seu pensamento poético e a sua criação apaixonada.
Esta ideia germinava à medida que a minha barriga ia crescendo.
















Musicas estrutura provisória "descobridores"

MUSICA EXPOSIÇÃO

01 SONHO, EMBALAR DAS ONDAS, VIAGEM PELAS CULTURAS

MUSICA ESPETÁCULO
01 - ENTRADA
02 - PORTUGAL - MUSICA DOS ABRAÇOS
03 - O GATO E BITÓRIA
04 - O MAR
05 - O BRASIL TERRA
06 - CANÇÃO DAS MÃOS
07 - PASSARO MAR
08 - EMBONDEIRO, TERRA
09 - JOGO
10 - MAR DE BRINCADEIRA, AS ESFERAS
11 - INDIA, PES MÃOS ZEN
12 - MAR DA TRANQUILIDADE
13 - DRAGAO DO CAOS
14 - ING-IANG
15 - NOITE
16 - SAIDA DO SONHO 

Guião provisório Descobridores

Descobridores
Estrutura do espectáculo


Inicio

No átrio da entrada do teatro, fora do espaço cénico.
MUSICA(som da praia, pequenas ondas a chegada, o cuidado ao embalar)
Embalar
Deambular com o bébé (marioneta, fantoche) pelo espaço, mãe que embala o bébé,

DIÁLOGO
A Mãe começa por falar calmamente aos pais e aos bebés.
Conversa com pais, calma saborear, sem pressa o espaço
Mãe    Entre o espectáculo e o nascer, entre aprender, pai, mãe, filho, filha, eu o outro.
Partilharmos este momento em conjunto.
Vamos fazer uma viagem, ela já começou, no momento em que eles apareceram nas nossas vidas.
- se tiverem de sair saem e voltam a entrar
É pedido aos adultos e jovens que retirem os sapatos
MUSICA Som de tranquilidade, mar, embalar, sonho, mãe, bebe ao colo, agua,
ENTRADA
Mãe entra primeiro, Dorme a bebé Bitória, a mãe está sentada no chão embalando e observando o espaço que a rodeia, a bebé dorme.
Entrada dos bèbés e de seus pais, Chegam ao colo os bebés ou pela mão dos seus pais.
MUSICA a mãe canta a musica de embalar a Bitória num acordar calmo suave e tranquilo
A mãe dá abraço
Com o braço
O braço que abraço
Um abraço
Dentro dos braços
Abraços
Nos teus braços


A primeira criança, acordar, sons, ser embalada, acariciada, abraçada.
Sons e não palavras, gestos.
MUSICA terra, menina
ESPAÇO
O ventre, tenda, iglo, geodésico, barriga, céu, cúpula
Luz controlada, ambientes azuis,
MUSICA sons de mar agua, ondas, mar rio regato ribeiro, fonte, gotas,
Atravessam uma porta que terá texturas e transparências.
PORTA DA VIAGEM define a entrada
VIAGEM DOS DESCOBRIDORES
Os pais com bebés sentam-se dentro da estrutura cenográfica no chão, os restantes pais em bancos na cenografia,
O momento de chegada deve ser saboreado com se fora o embalar.

CENA 2
A mãe está no espaço. Embala e observa O seu figurino, como se fosse uma suave manta de retalhos, uma mãe terra, uma mulher árvore, uma mãe de àgua.
Este momento remete para a agua, para o ventre materno, o mais tranquilo, calmo
MUSICA sussurrado, embala a agua, os braços o som do mar.
O espaço cénico é um mundo|ilha| terra|mar. Vemos, cores texturas e elevações, montanhas e mar dispostos de modo a que se faça semi círculo.
MUSICA O som do mar|agua, aguas constante ao longo do espectáculo.
Por cima do público a copa da noite, alguns mobiles|objetos, estrelas, mundos aéreos desta viagem. Os círculos presentes
O ACORDAR
O espectáculo começa com o acordar da bébé bitoria contacto com a mãe
É o bebé Portugal a menina Bitória,
Há um gato, com ela vem também um gato, já lá estava.
MUSICA musica do gato
Miau fu miau
Acorda, mãe jogo, gato, galinhas, suave calmo, do chão para cima, do centro para trás.
É a menina do contacto dos afagos e dos mimos, a mães dos abraços e dos braços, a mãe. Mãe e bebé.
Mama
O GATO
O gato, o animal, o instinto, o olhar é dirigido para fora desta família, a menina não vê o publico. Mãe, menina gato.
Os três viajam, mar… o gato tem medo da agua.
A menina gosta dos afagos do gato. O gato leva-a à descoberta,

CENA 03
Nasce BrasiLIS
MUSICA mo mar do Brasil, samba.
Lis canta
A mão da mãe na minha mão
A mãe dá a mão
A minha mão na mãe
Em mim a mão da mãe
A mãe dá a mão
Dá a mão, mãe
A mão na mãe
A mãe dá a mão
É minha a mão
É minha a mãe
A mão da minha mãe

O samba a festa, as ondas, a mãe que acompanha, a mãe grande
O mar abre-se, tecido e a viagem continua,
O mar é um regresso a um estado de tranquilidade.
Surge o brasil a bebé brasil, a dança, as interrogações, a descoberta, aberto, a dança, o pássaro, a mãe baiana, o calor, o samba, a mãe aberta, ampla e grande, a mae popular.
Popular, festa. Passaro a voar, viagem, as mãos.
A mão da mãe, a minha mae, a mae tem mao, é minha a mão a mae e minha, a mae dá a mão. A mão da mae na minha.
Espaço, vertical, o passaro voa para fora do circulo, território

CENA 4
O mar abre-se e a viagem continua,
O mar é um regresso a um estado de tranquilidade.
O mar leva ao chão a terra.
CENA 5
Nasce rapaz africa
Uma dança que vai para o chão, de onde sai o menino da terra, o menino mãe trabalho. O brincar, a dança chão, a terra a terra. Menino que nasce das raízes.
Mãe que carrega menino. Menino brinca. Menino negro.
Cresce a arvore, estrutura de cenário que cresce do chão para o topo, o embondeiro em tecido, mae abraça a arvore. O menino brinca com as raízes.
A menino foge da mãe, em jogo, a mãe jogo com o filho.

CENA 6
O mar abre-se e a viagem continua,
O mar é um regresso a um estado de tranquilidade.

CENA 7
Nasce Timor
O bebé Timor, nasce da arvore, do menino de Africa da terra para o jogo, para a dinâmica intensa de brincadeira, do vai e vem da partida e do jogo.
Os bebés Timor e Africa jogam juntos. Com galhos com arvore com mãos.
MUSICA Timor – A cor, a canção de jogar, a lenga lenga  aparece o crocodilo o crocodilo é bola de brincar.
Jogo de fantoches
Mae fica zangada, meninos querem sair.
CENA 8
O mar abre-se e a viagem continua,
O mar é um regresso a um estado de tranquilidade.

CENA 9
India – os panos de cor, as cores, o elefante, os sinos, as moedas das saias…
Transparências..
O bebé India, as mãos, a pausa a tranquilidade o zen, o movimento de harmonia entre bebé e mãe.
A mae tem maõs e pés, os pes danças, os panos flutuam e aparece o elefante, o menino paira no ar leve, sai da ilha pousa os seus pes no chão.
Os panos atravessam as cabeças dos meninos do publico.
MUSICA Musica da mae, mantra, respirada, agua da trmba do elefante, paira, guizos nos pés dança dos pés e das mãos.

CENA 10
O mar e o ceu… Começa a anoitecer.

Cena 11
A verticalidade de Macau
Macau, o caminhar a respiração, a concentração, tai-chi
O movimento do caos do dragão, o ing e o iang
Aparecem as sombras, o dragão chines, a sombra chinesa. O dragao é animal o caos a desordem, a cor a força e a intensidade.
MUSICA contraponto entre os sons do dragão que lhe dão o movimento ( ver dança do dragão) e a menina que o acalma e nos acalma.
De dentro dele nasce Macau a menina serena, calma e tranquila, jogo de ambos.
Leva a menina a voar pelo espaço. É noite, mobiles.

Cena 12
O mar abre-se e a viagem continua,
O mar é um regresso a um estado de tranquilidade.

Cena 13
De regresso a Portugal
A noite, o embalar, A canção sonho
O sonho, espaço onírico de mar, viagem, final com ritual de saída…
Aparece bitória
O ceu enche-se de estrelas, é noite, embalamos os bebés, o obejtivo é conseguir que eles fiquem num estado de contemplação (quem sabe se algum seria capaz de dormir)
MUSICA canção de embalar, não há fim a mãe sai e leva os pais consigo num estado de calma interior.
Cena 14
A saída
A intenção é a de viajar ao longo destes territórios dando algumas música e algumas ambiências de cada um formas e modos como as mães lidam com os seus bebés, modos de embalar, modos de cantar canções de embalar. modos de viajar, de aconchegar…
A intenção é a de solicitar aos pais presentes o apoio ao longo do espectáculo, dos seus pés e das suas mãos, mãos que abraçam, pés que são bonecos, mãos que acariciam, mãos que afagam, e afastam, mãos que manipulam.
Um último momento será a noite, as estrelas, o embalar como se fora uma viagem de barco nos abraços dos pais.

Cena 15
A exposição
MUSICA som do mar 1,2,3
1 Expositor 1 – túnel menina de Portugal e brasil partilham do espaço
2 Expositor 2 – Túnel oriente e india
3 (este expositor tem a forma de um parque para bebés convidando o público a deitar e olhar para o teto do expositor onde estará a noite) seria interessante integrar sons dentro do tapete do chão e das almofadas, histórias???







Descobridores

designação Descobridores
público alvo a partir do 0
duração aproximada 30 mns

Chegam pelo mar os descobridores. Recebidos pela mãe-ilha, viajam pelo embalar dos abraços. Em cada terra nasce um menino, em cada terra nasce uma mãe. Em Portugal o galo canta, no Brasil os pássaros voam e a mãe é grande, em África a mãe é chão, é terra, na Índia as mãos e os pés da mãe brilham e agitam--se de sons, em Timor a terra é um crocodilo que nos leva a jogar, na China os dragões saltam e a mãe tem mãos que dançam, tocam e embalam.

Um espetáculo que é também Terra de cores, cheiros e sons, a descobrir com os pais e com aqueles que nos embalam.