07/09/10

Funil - processos complexos

Este projecto vem ao encontro da ideia de dar possibilidade aos criadores da companhia desenvolverem ao longo de um ano a sua criação pessoal.
O projecto alarga-se ao longo de um ano tendo em consideração as diversas parcerias que durante o ano e perante as quais é dedicado uma grande parcela do nosso esforço.
São projectos pararelos educativos, formativos, e expositivos importantes, mas que sem apoios financeiros ficam a sobrecarregar o núcleo da companhia de tal modo que apenas uma criação independente é possível realizar, isto tem muito também a ver com os constragimentos financeiros, naturais dos escassos apoios.
Se por um lado sinto que a Companhia atingiu a sua maturidade criativa, por outro lado sinto que o facto da classe teatral desconhecer as potencialidades dramáticas do teatro de marionetas e não ter sobre ela qualquer domínio a vem afastar, cria o preconceito do teatro para a infância em exclusivo, e ainda não sendo notório as potencialidades interpretativas do actor em manipulação e dominio técnico da sua marioneta não suscita interesse maior.
Com o Funil, criação de Clara Ribeiro e quanto à metodologia de execução do projecto, a criação não se vê tão condicionada pela contigência financeira, devido ao esforço estremo da sua equipa em canalisar verbas de outros projectos para o principal objecto da estrutura. A criação.

06/09/10

Funil - apresentação do espectáculo

“Na concepção do espectáculo a componente plástica é privilegiada para que toda a ideia alegórica esteja continuamente presente.


Plasticamente o espectáculo explora uma imagética simbólica, com inspiração nas pinturas de Hieronymus Bosch onde o seu simbolismo complexo nos transporta para o irreal e onde o jogo dos actores e das marionetas é a essência a partir da qual se instala a cena.

O espectáculo recorre ao contraste dos objectos cénicos: marionetas plasticamente muito elaboradas, contrastando com objectos simples, onde as imagens criadas como mecanismos de sugestão, jogam com elementos de diferentes escalas, recorrendo a pequenos objectos manipuláveis para representar acontecimentos surpreendentes da história.

O espectáculo é constituído por uma sequência de quadros e a figuração da acção alterna com a presença de trechos narrados que fazem progredir a narrativa, o texto é assim apresentado de uma forma fragmentada, um texto mais como signo teatral, entre a palavra e a imagem. Este facto imprime uma intermitência à acção dando possibilidades ao jogo, intercalando as personagens entre o actor e a marioneta.

O simbolismo habita, de resto, todo o espectáculo, as palavras escasseiam, dando lugar à música, ao movimento e à imagem.” Clara Ribeiro

Funil cenografia Marta Fernandes da Silva